segunda-feira, 30 de abril de 2012

Receios e desvarios


Estou cansada...trémula e ausente da Viagem.Tento seguir pelo meu caminho,de mão-dada com o destino,Tento descobrir a morada de" lá"...mas não consigo,nas minhas costas,carrego o peso da minha ironia,do meu segredo.Os meus dias passam desvairados em sopros de ventos perdidos.Muitas vezes prefiro adormecer, fugindo dos sonhos e do seu despertar.Onde estou e para onde vou,sinto-me perdida numa floresta imensa,fujo do cantarolar das rolas que me assustam,estou com medo...tenho medo de estar sozinha e em segredo.Prefiro chorar do que me entregar,prefiro perder-me num pranto infindável,do que suportar a solidão,calada e sem tempo, para me aconchegar na minha fantasia.Onde estás força...preciso de ti,por onde andas,preciso te encontrar agora.Que lei é esta a dos homens,que nos torna ausentes e incompletos...Sós.
De forma que eu entenda...que haja alguém que me mostre explicitamente,o sentido da ausência, da solidão e da dor...porque eu quero agora,fugir do tempo sem remorsos e sem obrigatoriedade.Preciso de ti força...não quero adormecer, sem me deixar evadir e envolver por ti.Procuro a tua luz ausente e o teu açúcar mimado e morno,para me aquecer.Sabes bem, que nunca me dei bem com a solidão,nem com a tristeza que exala,detesto não me sentir segura e ter mais pontas que uma estrela perdida num Universo pobre e pontiagudo, quero me julgar única e triunfante a teus olhos,gosto de linhas definidas,intensidades desempatadas de indiferença.Força...peco-te que me incentives uma vez mais e me defendas da insustentabilidade certeira.Sinto os meus dias longos de mais,para serem descritos e as horas demasiado curtas para serem vividas e elogiadas por ti...a cada segundo que passa e te esqueces de mim,sofro por ti em momentos sem fim, impossíveis de classificar e dói... Dói-me muito,que não me ouças me menosprezes a inteligência e me roubes a imaginação e o critério.A ti,confesso todos os meus receios e desvarios,mas quero viver  inundada da tua energia e emoção. Hoje sinto-me sem força...porque a solidão chegou sem avisar e... estacionou na minha porta.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vida


Terra,Mar,Sol  e gestos desenhados em forma de Vida
Corpo esculpido belo e extruturadamente quieto e imaginado
Cenário perfeito calado numa calma contagiante
Sulcos ondas e calor que contagiam ao primeiro olhar ou toque
Caminhos marcados por pés descalços e mudos,calados como o destino certeiro
Sem pegadas,sem marcas sem rasto sem esboço 
Deixas que olhem a tua beleza voluptuosidade e dança
Voas sempre, numa música singela e supensa em ti.Baloiças livremente...pendurada nos sons
Deixas que  idolatrem o teu nome…Oh Vida tu não és eterna
Sim, a noites engolem, os dias, numa envolvência sonânbula e muda,
Mas insistente,sei que o sabes...
As nuvens e as estrelas, acompanham-te atentas e envaidecidas...e tu deixas,não te importas
Os rios e as fontes  não se limitam a banhar as margens e a dar de beber aos homens
Não,os oceanos não abraçam os mares por uma esperança vã…é em ti e por ti,Vida
Os homens nascem tranquilos e morrem desiludidos e cansados…
Cegos de Amor por ti, apaixonados por ti...Oh vida
Porque em ti,se enquadram em cada movimento ou dôr e querem ficar.Contigo.
Querem “esconder” a morte, que não dominarão jamais e escolher-te a ti e tu esquivas-te,matreira
Tu Vida, tal qual Mulher na tua fragilidade fingida a todos envolves, num suspiro doce e mùltiplo 
Suportas enquanto podes os orgãos, os músculos, a pele e os fios de cabelo
Deixas-te viajar pelas veias, ao ritmo do coração e na tua rotina,tornas-te tentação assumida
E, não te esqueças…és sorriso força,paixão,és esperança no rosto de cada um de nós
Todos se revêem em ti e te desejam,mas tu não és infinita,eterna …como a esperança o dita.
Oh Vida...és apenas para ser vivida...és presença desejada enquanto sim...



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Hoje viajamos...e é Natal


Sei que não estamos em época natalícia,mas hoje apeteceu-me pensar nela vivê-la, recordá-la e deliciar-me com ela...este texto não é novo,foi escrito por mim há muito tempo atrás...mas hoje quis muito partilhá-lo  convosco aqui..."Na minha Viagem pelo Meu Mundo" Aproveito ainda, para agradecer a todos os que lêem os meus textos e os comentam, confessando-vos que  tal,é muito,mas muito importante, para mim.
Obrigada,a todos pelas palavras e pelo carinho que dedicam a esta "Viagem".


Há muitos Natais atrás, uma menina de 5 anos de nome Maria, a quem todos mimavam e protegiam com afinco, percebeu a seu jeito que aquele, seria um Natal diferente.
Maria vivia com os avós e com a mãe, numa casa enorme e imponente, não pela sua riqueza mas pela sua grandeza, pela sua história pela sua envolvência e pela paz que lá se vivia.Maria era uma menina muito feliz, apesar de ter perdido o pai,num trágico acidente, dois meses antes,de um dos Natais,de que vos falo.Maria sempre fora uma criança feliz e amada,nada a conseguia alterar e por isso,brincava como habitualmente, sorria e cantarolava,como sempre fora seu costume,talvez porque ela era ainda, muito pequenina e não conseguia  entender, que este acontecimento, transformara  a sua vida para sempre.Maria não havia entendido a morte do seu pai,ou simplesmente evitara fazê-lo(havia conseguido,que os seus ouvidos deixassem de "funcionar" quando a noticia chegou) e só a viria entender,muitos anos mais tarde, estava escrito nas linhas da Vida,que assim seria.Do Natal anterior, o único de que tinha memoria ,recordava a boneca enorme, quase da mesma altura que ela própria, que amanhecera numa linda caixa em cima da chaminé, a boneca envergava um vestido cor de rosa com rendas de tecido fino… Espontaneamente,  depois de abraçar a sua nova amiguinha, Maria disse para a avó. -" Vamos ter de lhe fazer um casaco avó, é inverno ela vai ficar doente"…E a avó da Maria fez-lhe tantas roupinhas… mas a boneca não estava sozinha,a seu lado no chão, porque não havia forma,de o colocar sobre a chaminé,estava um triciclo branco e vermelho, com um laço de papel crepe vermelho no guiador, ao lado estava o seu pai que a olhava expectante, de olhos brilhantes a tentar adivinhar a reacção da filha,a Maria ficou maravilhada… O pai pô-la sobre as cavalitas, pulou com ela pela casa e disse-lhe,”Adoro o Natal  Maria, e tu?"A  menina jamais se esqueceu destas palavras.No Natal  seguinte, ela também recebeu uma prenda idêntica ,o pai dias antes do acidente que o vitimou, havia comprado uma trotineta vermelha e havia-a-a escondido no quarto,dentro do roupeiro, pretendia oferecê-la á filha no Natal,que se avizinhava.Maria,soube desta historia mais tarde, e foi-lhe dito também pelo avô, que a intenção de seu pai, no Natal seguinte,era a de lhe oferecer uma bicicleta.Maria cresceu a não gostar de bicicletas.Anos mais tarde percebeu o que a levara a tomar esta atitude.Passaram muitos anos,Maria viveu muitos Natais, recebeu inúmeros presentes e também ofereceu outros tantos, mas,na sua memória vive a recordação de uma boneca de vestido rosa e olhos azuis, a piscar o olho a um triciclo branco, que fez amizade com uma trotineta vermelha e que jamais, permitiram a companhia de uma bicicleta, que não pertencesse a uma história, de emoções vividas entre um pai babado por uma filha, que não pode ver crescer. A Maria, cresceu e" encheu-se" de sonhos,tornou-se mulher  e mãe,viveu e vive, emoções e historias,de uma forma intensa,sofreu desgostos e perdas mas, vibra com o Natal, gosta de reunir a família,gosta de uma mesa farta, gosta das musicas da época, dos enfeites, gosta de sentir o frio das ruas nestes dias,de ver as luzes a piscar, da azáfama das pessoas ,que se juntam nestes dias para celebrar em família…emoções e gestos. Mas e para terminar esta verdadeira História de Natal ,deixem-me só dizer-vos que esta menina, jamais se colocou sobre uma bicicleta e venera até hoje, o cor de rosa e o amor pelo Natal e pelos filhos e a cada Natal, lhes confessa e pergunta, sempre... -"Adoro o Natal e vocês?"

terça-feira, 24 de abril de 2012

Delírios soltos


Eu e Tu...Nós somos mulheres
Nós somos mulheres,nós choramos,nós sofremos,nós amamos
Não somos fortes,não somos nobres.não somos "grandes".Podemos abdicar de tal
Nós somos apenas... mulheres
Não nos entregamos nem nos resignamos
Nós indigna-mo-nos,não nos calamos, sabemos que a resignação é desalento e código
Não nos calamos,a nossa voz vai para além da lágrima do espaço,do céu ou da alma
Nós não nos queixamos,nós somos sensíveis e somos artistas de um final feliz
Não perdemos tempo, entre-temo-nos a construir  sonhos e transformar as ideias,em ideais
Nós somos artesãs, modificamos os dias tecendo musicas de encantar que cantarolamos sem medo
Não,nós não somos,nem pessimistas nem tristes,somos autênticas e procuramos viver as emoções
Nós só lamentamos não ter uma varinha de condão,para poder encantar o Mundo e a razão
Não jamais tivemos medo da luz,mas há quem teime e nos privar dela
Nós descobrimos a magia do toque,do prazer... na clandestinidade de um julgamento
Não,nós não lamentamos ter coração e sentimentos,como alguns homens o desejam por cobardia
Nós descobrimos a alegria de um sentimento louco "O Amor" e confessa-mo-lo,quando apaixonadas
Não,não descobrimos tesouros...descobrimos a paixão por coisas simples,como as flores do campo
Nós reflectimos e deixa-mo-nos embalar na canção,que nos faz sonhar no silencio agudo da dor
Não...Eu não me esqueci,nós somos mães... mães coragem e damos a Vida pelos nossos filhos

Mas...Somos mulheres...somos impulso,somos opção...somos projecto e abordagem
Nós gostamos de homens que nos façam rir... e que nos dêem  presentes fora de época
Sim gostamos de homens que nos jurem Amor eterno...e depois
Gostamos de perfumes,de cremes,de alianças de biscoitos e de mimos
Detestamos fracassos,adoramos gestos loucos, delírios soltos
Veneramos o milagre do amanhecer,mas temos medo do silencio da madrugada
Somos normais... mas naturais,únicas,especiais
Sim somos mulheres...apenas e só

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Os meus Livros



A minha infância,a minha história de Vida,foram e serão sempre a minha predilecção de memorias vivas.
Eu,sempre me achei a criança mais feliz do Mundo.Cresci rodeada de carinho,de mimos de simplicidade.Sempre vivi rodeada de atenção,mentiria se dissesse que tive uma infância triste ou enfadonha, apesar de ter perdido o meu pai muito cedo,quem me educou
até à adolescência conseguiu na perfeição preencher essa lacuna.Cresci num aconchego tão grande,numa realidade tão pura e serena que jamais até essa fase,um adulto me desiludiu.Sempre me passaram a mão na cabeça e me fizeram acreditar que o futuro,me guardava coisas muito boas.Eu acreditei.A minha infância, não foi igual nem parecida á de ninguém, porque foi especial e à parte das demais.Única e inesquecível apenas minha. Perdoem-me,mas não gosto sequer de a identificar, como sendo parecida à de alguém...sinto-me a perder a identidade.
Tive imensas bonecas,brinquedos de todas as variedades,cores e materiais,naquela altura não era muito comum assim ser,mas eu fui uma sortuda confesso.Houve um período da minha infância, em que o meu padrinho e tio paterno, me oferecia todas as semanas um livro da Anita e eu, delirava tanto mas tanto,com esta prendinha de sábado á tarde...por sua vez uma tia do meu pai(endinheirada)não se cansava de me oferecer bonecas, mobílias e conjuntinhos de pratos e panelinhas.Num dos quartos da casa da casa onde eu vivia com os meus avós maternos,havia um móvel enorme com várias prateleiras fundas,era lá a minha casinha de bonecas...cada divisão um quarto,uma sala,ou a cozinha... e a escola,essa também lá estava.A nossa casa,era uma casa maravilhosa e deslumbraste, lá aprendi a construir e a entreter os sonhos que já me visitavam vezes sem conta e a controlar o desejo de crescer e ir mais além.Cresci,acompanhada essencialmente por adultos,acompanhava as suas actividades diárias e participava em muitas com entusiasmo.Lembro-me que quando fui para a escola primária,já conhecia as letras e os números e de como isso enchia de orgulho os meus avós,lembro-me do meu primeiro caderno e do dia em que o comprámos...eu e a minha avó...destinava-se as ir treinando as letras...que ela lá me ia ensinando dia-a-dia...lembro-me de ter detestado a letra "e".Lembro-me do primeiro dia de aulas,e do beijinho que ela me deu antes de entrar na sala de aula,lembro-me das outras crianças e das horas de almoço diárias no refeitório,em que um menino ficava sempre,ao longe... "posto de parte" chamava-se Nuno e dizia-se que era muito pobre...não sei...mas mais tarde percebi... "lá muito triste ele estava"as razões nunca soube,apenas me lembro da preocupação, da nossa professora em ajudá-lo.Lembro-me das peças de teatro em que participei,lembro-me das dezenas de livros que li,dos três dicionários que recebi de presente, oferecidos pela Junta de Freguesia,no final da quarta-classe por ter sido considerada "Aluna de Excelência".Lembro-me do dia da entrega do "prémio" de termos saído para o recreio,de terem chegados uns "senhores" e depois,de termos sido chamados pela professora,e da coincidência de ser a primeira a entrar...e ouvir a directora da escola dizer em voz baixa..."É esta...esta é muito boa aluna" e lá ganhei o conjunto de dicionários que guardo até hoje,como que num pedestal,estão desactualizados...mas não na minha memória.Lembro-me do livro que ganhei numa corrida de ovos em cima de colheres..."Heidi nos Alpes"  e de um outro "A Fada Oriana" ganho também numa corrida de sacos de serapilheira...por livros eu conseguia tudo...mais tarde percebi isso,no dia em que enfrentei a escuridão de um subterrâneo,onde estavam guardados à imenso tempo cestos e cestos de livros e revistas antigas,nem as teias de aranha me seguraram, ou as carradas de pó mal-cheiroso...eram só cerca de dois mil...e como eu os "devorei" atentamente,orgulhosa da minha descoberta...O "Meu Tesouro" de menina, ou parte dele, está até hoje comigo,no sótão de minha casa,a fazer companhia ás velhas bonecas e outras recordações de então,de mão-dada com outras,que entretanto fui amealhando.Desculpem se não vos falei muito de crianças...dos meus amigos...não tinha muitos...não tinha mesmo.Mas tinha-os a eles... os meus livros as minhas palavras,as minhas letras,os meus personagens,as minhas histórias.
Nunca me faltou nada,carinho,comida, companhia ou afazeres.
Amor, só não o tive em demasia,porque sempre tive a preocupação e a capacidade de o "usar" na sua plenitude.
Nunca me faltou nada...mas hoje falta!!!
Faltam-me pessoas e emoções que perdi... e falta-me a magia daquela altura,em que fui tão feliz a ler e a viver... literaturas antigas.



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Objectivo



Eu vou até ti cada dia... sempre se quiseres... objectivo...ajudar a perceber e conhecer o Mundo
O meu e o teu o nosso...e descobrimos tanto...mas tanto...como só nós podemos avaliar
Há tantas brincadeiras para inventar, tantos passeios para dar tantos mimos para trocar
Vem comigo... há tantas paisagens para desfrutar, sonhos para sonhar e o Céu para imaginar
Vamos...sabes quem nos vai levar...tu e o teu desejo de conhecer mais
Depois,não vais querer crescer nesse pedaço de Lua vazio
Nesse lugar sombrio "do não fazer nada inteiro" na ausência de quem te mais ama...
Foi por isso que vim...esse é o objectivo
Eu sou como um livro...e quero ter um papel determinante... ensinar-te o"bê a bá" das coisas...
Sabes...aprendo contigo,com as palavras e com este trabalho emocionante...extenuante à maioria dos olhares
Mas é desta forma que me alimento...transmitindo-te o conhecimento e o sabor da Vida
Se alguém me procurou eu fui opção.. agora que aqui estamos...que me encontraste... somos AMIGOS de verdade
Descobri-mo-nos e não estou na gaveta...ensino-te a ti e tu reflectes-te no Mundo e assim descobres o teu "Eu"
Numa careta num sorriso numa traquinice...num olhar, a crescer comigo...a tua mão a conduzir a minha
Eu posso ser a tua melhor amiga...viver as tuas necessidades e compreender as tuas birras...porque eu...
Sou tal qual tu...apenas um pouquinho maior...coisinha pouca...quase nem se nota...
O cuidado tem sido mais que muito e o medo do inesperado tem sido uma constante
Mas és tão forte,sadio e doce...e eu que de tanto miminho "comer" engordo ao sabor do "Amor"
E o Sol...como é lindo...e quando ele está e a chuva não vem...e melhor se o vento não nos empurrar...
Ai sim...a imaginação voa e o sorriso estampa-se-te no rosto branquinho tal qual neve
Dei-me conta de que mudei...de que os meus intuitos diários mudaram...de que envelheci por fora...
Porque por dentro rejuvenesci...consegui ser criança de novo... e é tão bom
Gosto de comer chocolate...gosto de enfrentar as bolinhas de sabão e...gosto de jogar á bola e ao balão...
E depois Príncipe, aqui no meu coração...na minha mão...no meu abraço...ninguém te vai magoar...
Só te liberto e descanso... quando a mamã faz..truz...truz
Porque...o que é que a mamã faz quando chega..."Dá muitos beijinhos"

Beijinhos são miminhos da Mamã querida
A Mamã é o teu Amor
Os beijinhos tem calor e Vida
E tu deliras com o seu sabor ♥

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Beijinhos de açúcar


Ser sensível faz parte de mim,a sensibilidade vive nos meus gestos,brota dos meus poros e multiplica-se nas minhas células.Muitas vezes,sinto-me triste e frágil e a frieza do momento,leva-me a viajar no tempo e a rever promessas por cumprir.Eu sei que é normal e até "bonito" ser sensível, mas há sempre duas faces para uma só moeda e o que eu quero mesmo,é abraçar o presente e deixar-me de dualidades.Já me  magoaram tantas vezes e muitas delas me julgaram e concluíram de imediato "Ah...és muito sensível tens de aprender a controlar as tuas fragilidades..."Quando é que entendem,que quero,ser assim e "nunca" de outra forma.Sim,sou sensível e frágil e agora? Quem gostar gosta, quem não gosta,paciência.Mas...tomem lá,beijinhos de açúcar,agarrem-nos!Destinam-se especialmente para quem me critica este lado que exponho,na vossa opinião,em demasia.Gosto de sentir a fragilidade,gosto que ela me "doa" e não me abandone jamais.Gosto de chorar, de me emocionar, gosto de enxugar as lágrimas...as de alegria então.Ser sensível é ser verdadeiro,autêntico e harmonioso,prefiro ser sensível do que bloquear a minha emoção e pensar que tudo se resolve sem sofrimento e sem cedências várias.Dizem que sinto os meus problemas e os dos outros,e que tomo as suas dores,sim é verdade,é mais forte do que eu a minha sensibilidade. Sou directa e ininterrupta sou sensível ao que me rodeia e afecta. Vezes sem conta me sinto sozinha,distorcida e até destroçada por dentro,mas é na minha sensibilidade e na minha capacidade de emocionar,que me refaço e ganho força para o próximo desafio.Na vida,na sociedade em que nos inserimos,é de extrema importância a imagem,a capacidade de dialogo,a simpatia,a inteligência e a força com que nos mostramos aos outros,mas tão ou mais importante que ser forte...é ser-se sensível.Porque estes factos são consumados e "maiores" então, eu aceito a minha sensibilidade extrema e... continuarei a deixar-me emocionar,porque quero "sentir e perceber no espaço" tudo... e tudo... Para que nada me passe ao lado, me modifique e torne fonte de insensibilidade absoluta.A minha sensibilidade,é a minha mão cheia de afectos.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Apresento-me...esta sou Eu

Esta sou "Eu" e estou aqui, de corpo e letras, em poemas recheados de magia e desejos vários em ebulição constante
Estou aqui, de mão dada com o Sol e com o horizonte,de frente para o mar a olhar a fúria das ondas e a imaginar corais e peixes de rara beleza
Esta é a minha Vida,as estrelas estão no meu olhar e areia fina foge-me pelos dedo, enternecida  com o meu afago simplista e quente
Esse sorriso que vês, é o meu e está rasgado por ti... e, apresenta-me a quem me observa atento e me premeia as atitudes impensadas 
Este vento, que sopra apressado e me empurra, desenha no espaço o desejo de Amor que me indicaste a preceito, acreditando que sim...que era "Eu"
Esta arvore que nos dá sombra, não carrega por acaso,uma unica maçã que me provoca um apetite voraz de ti,lembrando atitudes puras de mim...mas em ti.de mim,em nós.
Esta é a minha alegria, a minha força e a minha esperança, em dias melhores e mais delineados. construídos passo a passo, tal castelo na areia da praia...deserta.
Está comigo a minha voz, para gritar ao Mundo o meu querer e o meu empenho ao segundo de cada hora, de cada momento nosso... impossível de viver, sozinha.
Esta é a mensagem que vos deixo, a minha luta,a minha sombra, o meu poema a minha capacidade de escolha,a minha vontade de ir mais longe e atingir a meta.
Esta é a herança, que construo dia-a-dia para presentear aqueles, que me levam a brilhar num rodopio valsado,num vestido rodado...num abraço apertado.
Este é o meu agradecimento singelo e franco, a quem me fez sair do esquecimento e da renúncia perdida, no fundo de uma gaveta entreaberta com aroma, a sorrisos.
Esta sou eu e" ela" a outra que vos apresento e que sempre viveu em mim,nós somos assim, como assim são os amantes da chuva, que não me molha,mas me banha o rosto
Esta sou "Eu" e comigo  apresento os sonhos e as vontades de quem se permite voar sem asas, pelo passado a preparar o presente imaginando o futuro de nós
Esta sou" Eu" pedi emprestado o nome e renasci na história da minha infância,juntei as lições de criança, com aquelas paredes caiadas e aconteci.
Esta sou "Eu" não me separo dela por magia...aquela que só alguns conhecem e aceitam. o encanto a necessidade de partilha...
Este é o meu segredo.Esta sou "Eu" é um gosto poder me " dividir" convosco. 

Inimigos do meu coração


Algumas vezes,ao conhecer alguém,ficamos de imediato “de pé atrás”.Dizem os entendidos,que tal sentimento é natural e faz parte da capacidade de julgamento de todo o ser humano.Talvez seja normal (digo eu) este tipo de reacção,mas o que eu sei e sinto nesses momentos. é que tal embaraço, não é nada confortável. Quando conhecemos pessoas que nos incomodam, ao primeiro olhar,à primeira observação,fico embaraçada...é então normal pensamos mal dessas pessoas? Pensamos sempre que a pessoa poderia ter dito isto ou aquilo,fazer assim ou assado,usar outro argumento,mudamos-lhe até o corte de cabelo ou a roupa e os sapatos apenas num olhar relançado de critica talvez abusiva.(digo eu)Certo é,e definitivo para nós, que até nos exaltamos com a situação descrita, e afirmamos de  imediato ao nosso coração,”Não me identifico nada com esta pessoa…pior não gosto dela…pior ainda não me convenceu minimamente…” Gostávamos então, que a pessoa tivesse feito tudo de outra forma,mais ao nosso jeito e não à sua própria imagem e discernimento, ao seu e não ao nosso, não sei se me faço entender. Tenho pena de admitir, mas o Mundo e a sociedade não são assim,apesar de os tentar-mos “pintar” à imagem pré-concebida da perfeição.Muitas vezes,nada nem ninguém nos convence e a rotina teima em fazer parte da nossa Vida.Penso muitas vezes,que talvez o coração que se aninha no nosso peito,nos ensina coisas “malandras” e nos induz em equívocos precipitados,o que nos leva a vivênciar sensações,deduções e emoções variadas e muitas vezes…erradas.Digo eu, porque penso assim, e julgo ainda ,que a nossa infância é um factor determinante,na formação da nossa capacidade de análise,pois é nesta idade que se adquirem saberes para a Vida e conhecimentos simples,em vivências várias,que se tornam na Vida adulta determinantes à nossa capacidade, de selecção de relações familiares, humanas e sociais.Pessoas há, que ao se cruzarem connosco nas nossas vidas, guardam segredos e cicatrizes que as modificam e manobram,mas nós nem pensamos nisso,ou em qualquer outra razão,apenas julgamos e não aceitamos falhas.Quando nós falhamos vezes demais.Na maioria das vezes, colocamos logo de parte a ideia de aceitar em nosso circulo de amigos,quem segundo a nossas regras não tem qualidades suficientes para lá pertencer e …olhamos para o lado…reviramos os olhos…fazemos caretas,,,piscamos o olho… a algum amigo presente. Torna-mo-nos densos e intransponíveis ao conhecimento,apenas nos damos ao direito de julgar.Imagem a imagem,retrato a retrato lá vamos construindo um “boneco” e rimo-nos dele,confiantes.A pessoa que se cruzou no nosso caminho,poderia até vir a tornar-se um amigo…mas pensamos ”Que susto!”Admitir uma falha da nossa arte de julgar ofende-nos e irrita-nos. Transtorna-nos e retira-nos o foco da realidade das sensações humanas. Bloqueamos definitivamente “pessoas” desconhecidas inicialmente, que por muito que com elas venhamos a privar,as tornámos num impulso inimigas do nosso coração,pois jamais lhes proporcionámos o direito, de se darem a conhecer, de se apresentarem “inteiras”.De se defenderem e protegerem de um julgamento inesperado e diferente.Afinal, todos primamos pela diferença e pelo direito a ela, na conjuntura da imagem.

O coração que mora no meu peito…o meu íman de energia e alento, já me ofereceu de bandeja…com a minha permissão... egoísta e recôndita, vezes sem conta… “Inimigos do meu coração”


terça-feira, 17 de abril de 2012

A minha boneca e quilos de magia



Minha boneca de pano e cetim
Que saudades eu tenho daquele pedaço de mim
Que cabelos de ouro que olhos azuis e bochechas de carmim
Minha bonequinha linda de uma beleza sem fim
Quando me lembro de ti sinto-me criança outra vez
A tua lembrança me envolve numa ternura imensa
O teu aroma a baunilha e chocolate,ainda os sinto em mim …aqui hoje, mulher
Minha boneca de chita e brocado, de rendas e tules sem fim
O meu lado mais doce,ainda chama por ti
A medo…em segredo num trocadilho envergonhado
De manhã e à noite a todas as horas enfim…lembro-me de ti... aconteces em mim aqui
Minha mistura de traços de inteligência e feminilidade
Meu coraçãozinho pequeno, mas maior do que o Mundo… de tão humilde e bondoso
Minha bonequinha amiga, tenho saudades do teu sorriso rasgado,desenhado por mim.


Certo dia, decidi apresentar-te ás minhas amigas da escola, para que pudessem apreciar a tua beleza, vesti-te o teu melhor vestido, penteei-te o cabelo liso e sedoso e coloquei-lhe uma fita cor-de-rosa…levavas vestido o casaco branco de malha que a avó te fizera e as pantufas a condizer…estava um frio de rachar, meti-te na mala e lá fomos nós á descoberta  do cheiro a giz e de risos e choros de crianças.Ao chegarmos,deparaste-te com tamanha confusão, que me pareceu que te escondias assustada, bem no cantinho da minha mala.Tantas crianças diferentes,deves ter pensado,tantos corpinhos ora franzinos ou mais gordinhos.”diferentes” de mim…a tua amiguinha predileta.Olhitos negros e meigos,claros e traquinas,cabelinhos lisos ou carapinhas engraçadas.Crianças muitas e alegres,vivas e predispostas a crescer depressa.
Assististe a tudo atenta,incrédula...conversas,brincadeiras,choros,gritos e sonhos nos seus olhares. Procuras-te entender as suas capacidades, a sua raça o seu género, entre os materiais escolares encontraste  inspiração para brincadeiras nossas,novas e historias que ansiavas viver. Compreendes-te que ter um corpo de boneca está associado a um conjunto de mitos e ideias,e discursos estudados por adultos, cujas infâncias se perderam em vão num espaço inadequado e “pobre”.
Eras  a mais linda de todas as bonecas de pano…a minha princesa.
Nem nas lojas de brinquedos ou museus da especialidade existirá outra igual.
Tudo em ti respirava fantasia,encanto, autenticidade relativa própria de ti e de mim,de nós.
Multiplicados por todos os momentos e sonhos que vivemos juntas…quilos de magia.
Dezenas de bonecas eu vi, mas como tu…só tu… apenas tu, igual a ti própria, única .
Transportaste-me em criança para uma vida diferente de miminhos e doçuras. Loucuras diria também.
Vivi um mundo colorido, digno e propicio a um desenvolvimento especial e harmonioso. Fomos em conjunto com as outras “irmãzinhas”...as tuas, muito felizes. Juntas aprendemos e crescemos, desfrutando de fantásticas aventuras.Guardo desses tempos, lições de Vida e memorias de uma amiga que me ensinou muito, do que hoje sei, da melhor maneira que se pode adquirir conhecimentos verdadeiros,espontâneos,sinceros… a brincar…Contigo descobri a verdadeira amizade, e descobri também que é possível transformar uma menina indefesa e pura, numa mulher forte, e numa mãe  determinada e verdadeira.Contigo e com as recordações de ti. aprendi a ser,a estar e a amar.



Minha boneca de pano e cetim, podes por favor voltar para mim…perdi-te e não percebi a razão
Nem o porquê do "não"
Queria tanto apresentar-te amigos novos…
Se conseguires volta… espero-te na criança que vive em mim.
.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O meu desenho...rabiscado a batom


Depois da lua, tu e o escurecer da noite
Depois de mim o mar e as ondas em fúria
Depois de nós, os gemidos as lagrimas e as mágoas
Depois da Vida o verso, a prosa e o relato dos livros
Depois dos poemas, as frases soltas que escolhi e o meu desenho, rabiscado a batom
Depois, o teu corpo e o meu…e o silêncio na nossa cama, em anatomia pura
Depois o fogo que crepita e as ondas de perfume,que se espalham pelo ambiente,avassaladoras
Depois,  o meu poema  chamou por ti e o teu coração, entregou-se-me vivo e quente
Depois transformas-te-te, tornas-te-te distante,senti-te viajar no teu pensamento,em euforia
Depois fiquei só… troquei de lugar e tu de casa…mas sou eu quem viaja, para te encontrar
Depois tento que voltes e dou-te a minha mão…mas o meu olhar não te alcança
Depois a minha inspiração falha…perco-me no raciocínio e na esperança dos sentidos
Depois de ti...mais nada…resta-me reinventar a minha história...a nossa
Depois quero adormecer nas memórias de um tempo ausente, doce, mágico e encantado
Depois...porque eu sei que somos únicos nesta arte de amar… em forma de poesia

sábado, 14 de abril de 2012

Um começo real sem dor e sem fim


Escrever para mim,é uma maneira de inventar e reinventar o Mundo. Eu sou uma singela contadora de histórias reais.Histórias minhas, só que “transformadas” ao meu jeito, em forma de poema, ou num simples texto.Sonho aventurar-me no Mundo das palavras desde criança. Nesta altura, lia e relia livros, imaginava histórias e vivia intensamente os personagens que habitavam as tramas. Sempre desejei sair do silêncio,descobrir, viajar e desvendar fantasias… as minhas, e as de quem gosto,demais... para lhes ignorar os sentimentos. Sempre que me olhava no espelho, via nos meus olhos sentimentos para contar,fragilidades,conhecimentos simples da minha Vida.Todos os dias,me debatia com outro “alguém” que vivia em mim e me desafiava para contar o ontem,o hoje e desenhar escrevendo, o depois,escrevia as sombras perdidas do Amor, as lendas de algo perdido entre  o hoje e o “nunca” imaginado. Quem me conhece sabe que sou uma romântica, apaixonada pelos meus, mas em especial pelos meus filhos. Gosto do amor que não se exige,do amor que não se compra, gosto do amor que se aproxima devagarinho,tal qual a brisa do mar.Gosto de escrever sobre os dias que chorei e sobre aqueles em que fui feliz…tão feliz.Gosto de escrever,para me distrair, e acalmar assim os momentos de solidão.Destesto estar sozinha,não me canso de o dizer.Adoro historias de amores sinceros,adoro historias de encantar,e que estas, durem o tempo que lhes for possível,mas sempre envoltas em verdade e entrega.Tenho “várias vidas”,várias histórias, mas nem todas vou guardar para mim, quero partilhá-las. Vivi histórias de loucuras,de conformidades,de dor,de desespero,de alegria,de felicidade extrema e de coragem…Vivo esperanças.vivo o amor e a amizade insistentemente, sem desistências,mas faco escolhas... muitas,as necessárias,tomo opções e tenho atitudes e até hoje sempre me orgulhei delas,talvez nem sempre tenha sido certeira,mas sempre fui justa,verdadeira e real nas minhas irrealidades assumidas.Muitas vezes, tenho a sensação de que vivemos num mundo desprovido de sentimentos mas depressa repenso e acredito,  em quem me rodeia, e na esperança de que me surgam relatos de verdade e de conhecimento,assumo o meu papel e imagino de novo, um Mundo justo e que se transforma para o bem. à custa de tanto sofrimento.

Gostava de escrever uma história com um começo real, construi-la nesta viagem pelo meu Mundo, e que ela jamais conhecesse a dor…ou o seu fim.Torná-la num sonho lindo ,numa aventura sem igual.
Assim sendo, continuo o meu percurso sinuoso,vou escalar,vou subir,vou descer mas...vou seguir carregando segredos  fantasias e histórias de mulher...fúrias e desejos avassaladores.
Continuo a minha viagem, como se procurasse um tesouro escondido...e hei-de encontrá-lo!
Aqui no "Meu Mundo"...em mim.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dias de um “Todo” em mim


Dias em que o meu “todo” faz sentido, eu imagino,sonho e realizo
Noutros porém as partes desse “todo” ao voarem comigo este sonho, deprimem-se
Perdem-se em parte de mim, nada faz sentido e este “todo” reparte-se
E tudo o que faz parque de mim, se assusta na divisão das partes
Lembro-me da saudade, de um sentido saudoso qualquer… que guardei em mim,
Das minhas asas, no meu vazio do dia-após-dia em desalinho
Assim me encontro nas horas mortas…no meu relógio
Tudo e todos se incluem neste “todo” … “os que fazem parte de mim”, ao segundo…
De repente todos figuram no meu sonho,no meu horário
Lembro-me tantas vezes,das partes do “todo” que fui,que sou e das que virão
Logo parte desse “todo” passa a fazer mais sentido….Claro e lógico,exemplificativo.
Mas,o raciocínio já me confunde dias há,em que prefiro nem pensar e relativo…
Relativar, ajuda-me a suportar as dúvidas, para as quais tenho a resposta que evito
Guardo sempre comigo partes da saudade que me abraça, atenta e preocupada
Guardo os beijos, os abraços e os melhores olhares de ti. Pisco-te o olho…
Arrumo as conversas mais “vividas” entre amigos e o sorriso dos meus “amores”
Tenho “amores” diferentes a seu jeito… guardados no coração
Repletos de emoção,que me iluminam e ajudam na solidão, que me assusta o dia
Todos os meus dias,encontro lágrimas de revolta no meu rosto
Apresso-me a enxugá-las rapidamente, mimando-me
Choro também de alegria, a que encontro nos rostos que me sorriem e levam a agir
Todas as minhas lágrimas são verdadeiras e completam o meu “todo” o vosso…
Por culpa dos sorrisos,continuo a lutar e gargalhar com paixão
Não tenho medo de dormir, nem de acordar em mim,estou desperta
Mas,tenho medo de estar sozinha e despertar na dor de um “todo” ausente
Se este “todo” mudar e a sua essência deixar de me suportar…desfaleço desfeita
Adormeço em mim, choro a teu lado e talvez não resista à sua partida.
Não posso acordar nessa madrugada,sem o meu “todo” e o seu ombro para chorar...
Na minha cama ...no teu lugar,perplexa  derrotada e só...morta por dentro.
Adormeço e recomeço... quero dias novos de um "todo" em nós,em mim...


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Podia ser "Eu"


Pobre mulher estás  triste … e perdida nesse olhar
A tua pele está escura e seca pelo Sol que te queimou
A tua miséria é extrema... a tua solidão sofrida... a tua beleza eterna
Mulher és fonte de símbolo  e de inteligência  … de recados vários
Deixa-me perguntar-te a tua dor e o que te empurra e motiva …ainda
Poderia ser eu a sofrer dessa angústia escrava …e vã...podia ser eu ...sim
O teu penar é humilhante …não para ti... mas a quem te ignora o amanhã
Quero entender-te e ajudar-te a conhecer mais… a ambicionar outras presenças
Ninguém te estende uma fatia de pão …e tu olhas a fila dos que nada têm…é imensa…Concordo
Sim… sei não escolheste a tua porta… e a poeira sujou-te o tapete.Limpaste e voltaste a sacudir...
Só te visitou gente sem rumo... cuja única companhia era a fome e o desespero
Não percebo porque não te vi antes…estavas  ai certamente… apreciando o Mundo
Atónica retraída e expectante …peço desculpa nem reparei …podia ser eu…”Eu” afinal
Ai…ai a minha consciência...e esta sociedade que se mata em troco de nada…por nada ser
Sim os dias andam e voam... dançam e entrelaçam-se e tu parada...esperando paciente... demais
Esperando e aceitando o destino como única escolha …possível e indomável
Olha... o Mundo não te cabe na mão… tão pouco no coração
Finges que nem te lembras …mas as rugas e teus traços recordam-to...a dor convive contigo
Gostas de ver as crianças brincar á tua porta … e como elas te ouvem
Ouvem-te como se jamais tivessem escutado outra história…outra canção
Estão naturalmente sujas… mas a sua inquietude sempre as ajuda a brilhar
Beijas-lhe o rosto… afagas-lhe o cabelo e exclamas com  a alegria própria de uma mãe coragem
“Brinquem…vão brincar! Cuidado não se magoem!…
Estranhei não te ter ouvido chorar…não te teres dado por vencida…
Duvidei até que ainda acreditasses …como o Mundo é intrigante e injusto
Disseram-me que não aceitas-te aquela tarde… aquela em que uma criança linda te olhou
Não pudeste ajudar… ”Mamã “ esta palavra continua a soar no teu ouvido
Os seus bracitos erguidos na tua direção…muitas  vozes e uma cancela de madeira…fechada
Mulher qual é a tua maior certeza…o segredo que guardas na garganta
Aquele que não consegues aceitar …então vive… conta e reconta a tua história orgulhosamente
Eu aprecio a tua imagem a tua capacidade de luta e… os teus olhos
Enquanto procuras repostas ...os teus olhos modificam imagens e constroem ideias
As leis e as regras que te revoltam …não te alimentam…mas criticam-te e negam-te auxilio
Procura dentro de ti uma palavra perdida um suspiro de alento...
Uma réstia do teu corpo saudável…a Vida escapasse-te entre os dedos
A mão que te segura não te detém…porque será
E eu aqui estou… a tentar contar a tua historia o teu viver…mas… podia ser “Eu”

terça-feira, 10 de abril de 2012

Perfume


Perfume
O perfume de ti tomou conta de mim e me arrasou por dentro
Esta falta de conteúdo interior de capacidade de defesa… limitou-me
Fantasiei intensamente esse aroma que te caracteriza e envolvi-me em minúsculas partículas
Mágicas arrebatadoras fantásticas….Mas falsas e manipuladoras…não resisti confesso
Impetuosamente lancei-me no vai vem da brisa que exalavas…húmida e quente dominante
Os meus dias tornaram-se insustentáveis irrespiráveis e nublados…uma farsa disfarçada
O teu perfume chama-me absorve-me onde quer que eu esteja…eu inspirei-o em demasia…
Quero respirar sem esse aroma que me descobre os segredos que me despe que me confunde
Percebi a custo que te perfumas para evidenciar uma imagem e um caracter irreais
Uma paz podre e demoníaca um silêncio gritante numa voz sonsa e dissimulada…copiada
Quando sentes o meu murmúrio o meu grito…perfumas-te de novo insistentemente…
Essa fragância que tão bem conheço assusta-me hoje mais do que ontem…tento evitá-la
Quero respirar o vento, a maresia e os campos…desisto desse “frasco” bonito que tu és
Frasco desenhado esculpido e repleto de um perfume que se alterou…estás seco usado…
Eu não quero partilhar um aroma que me contrai e me rouba o instinto…
Agora quero perfumar-me em segredo…com um aroma discreto e puro… delicado
Sempre me disseram “Nos melhores frascos, nem sempre estão os melhores perfumes”
Verdade a tua embalagem enganou-me o teu aroma dormiu em mim…mas acordei
Guardarei os abraços e o teu cheiro na minha roupa…e as lágrimas que me rolam hoje por “tal”

Tal qual as gotas poderosas do teu perfume o fizeram... “Ontem”



segunda-feira, 9 de abril de 2012

Moldura viva


Quem sou eu
Eu sou uma mulher normal igual a tantas outras
Diferente porém das demais em pequenos grandes pontos
Pontos de luz… de cor e de prazeres intocáveis aos olhares de “lá” ou de “cá”
Por motivos de “cá”…sem ponderar mudei o rumo e por vontade de “lá” o desenho da Vida
Eu escolhi mudar a minha história… a minha presença a minha atitude
A minha passagem por  “ai” por “acolá” e deixar acontecer “aqui”  em mim… porque sim…
A certeza de “vós” e “dele” mudou a capacidade de resolução e eu aceitei o formato imposto
Percebi que tomara a atitude certa…que não me enganara…nada acontece inutilmente
Guardei a saudade e a mágoa numa caixa… e no coração os restos da Primavera fria…
Construi a minha família através da magia do Amor e do milagre da Vida
Tudo o que consegui foi com a ajuda preciosa da força da coragem... e da renúncia
Os meus planos mais estruturados falharam vezes sem conta…mas resisti sempre
A minha capacidade de improviso libertou-me do insucesso… Consegui sorrir e imaginar
O abandono de ideais e ideias pré concebidas não me desesperou e multipliquei-me…
As opiniões e as críticas mais inocentes mais injustas ou mais “amigas” ajudaram-me…
Eu… sou maioritariamente Mulher e Mãe e vivo o plano mais difícil que a Vida propõe
Ser feliz…amei amo protegi e eduquei e fiquei…ficámos tão bem na fotografia…
Emoldurei-a… coloquei-a num pedestal e envolvia num sorriso e num abraço apertado.
Indestrutível…indescritivelmente perfeito seguro e maravilhoso…intocável
Doce e atento…disciplinado fascinante e inteligente…
Talvez porque sou uma menina alegre e mimada… numa mulher “perfeita” e consciente
Perfeita nos sonhos na determinação… na capacidade de análise…nos afetos na entrega
Consciente… porque sempre vi percebi analisei e decifrei o que menos desejava…o erro
Apenas aceitei consciente com o trunfo na manga…a união e a capacidade de adaptação
Dias há em que me sinto uma mentira…mas não consigo esclarecer esta dúvida…ainda
Falar o que devo ou quero… dizer o que sinto…prefiro evitar
Tenho medo de sofrer e desvanecer no espaço perdendo-me no deserto de “lá” …sedenta
Sinto-me como uma ligação muitas vezes forte intensa…mas outras fraca e impotente
Claro que continuo a sonhar e faço muitos planos… esse é o meu segredo
Desta forma sinto-me viva completa e audaz … venero-me a mim mesma…é a solução
Numa verdade inventada de onde subtraio o que me dá mais jeito…
Com lápis e papel…sem borracha não pretendo apagar nada…
Assumo o erro a que fechei os olhos e o coração…assim o futuro acontece devagar…
Deixei de viver de trabalhar de vibrar de inventar de criar… o hoje no ontem e atrasei-me…
Sobrou o que sobra dos corações magoados a carência e a desilusão...
Feita fórmula ou célula desligada do corpo… em desalento contido…num copo vazio
A inspiração que me invade ajuda-me a resolver exercícios de memórias que não trabalhei
Sinto que a confiança em mim… é um tesouro…sempre confiei e sei que consigo…um dia
O orgulho que sinto por nunca me ter traído é uma qualidade que me enaltece e envaidece
Sei que já caí e que voltarei a cair…muitas vezes…vezes sem conta…vezes demais
Dessas… muitas vezes me magoei atrapalhei até me envergonhei…muitas chorei
Mas sempre me levantei e levantar-me-ei milhões de vezes sem conta…as necessárias…
Continuo porque na moldura viva... na fotografia da Vida... a imagem é nítida e real
Somos nós…vimos de “lá”…estamos “aqui” e caminhamos juntos …Por “cá” e por nós…



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Relembrar a Páscoa



Relembrar e compreender  a Páscoa é ser criança uma vez mais…
Mas numa mente de adulto desperto atento e dotado de valores
Porque a Páscoa... não é só época de ovos coelhos folares e amêndoas
Viver esta quadra significa renascimento mudança e Amor
Convém que saibamos e possamos contar às nossas crianças tal significado
A verdadeira história da Páscoa que se apregoa de chocolate e amêndoas multicores
Remete-nos para tempos longínquos… e lembra-nos Jesus e o seu sofrimento… tão doloroso
A sua luta o seu ressuscitar por Amor... que nos levou a viver momentos mais dignos e confiantes
A Páscoa é reflexão e convívio familiar lembrando quem por Amor por nós sofreu numa cruz
Viver a Páscoa é saber comportar-se à altura de uma acção que a todos nos dignifica
A Páscoa deve ser partilha e não mais um apelo ao comércio desenfreado e materialista
Viver esta quadra deve ser lição de vida deve ser paixão… esta foi a missão deixada por Jesus
Comemorar a Páscoa é lembrar esta história cristã que se reveste de grandeza e simplicidade
Depois…desta realidade… trocamos então os presentes…se os houver... em  homenagem a Jesus
Reunimos a família à volta da mesa… e partilhamos experiências e iguarias de gerações
Abrimos os ovos e as galinhas cobertas por pratas e fitas… recheados de surpresas
Deliciamo-nos com os achocolatados coelhinhos de ar sorridente e simpático
E recheamo-nos a nós de açucaradas amêndoas
Mas sem esquecer que…Viver a Páscoa é dar atenção mimos e doces...Sim é um facto
Mas também devemos lembrar Jesus…que por muitos é esquecido numa quadra que é sua
Excelente Páscoa!



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ecos e Poemas



Ecos que me chamam e…escutam atentamente. Sons vários e cristalinos, puros que se escutam ao longe…escondidos, afastados das notas do velho piano que nunca toquei. As notas chamam por mim, sinto que me acordam, me advertem docemente para um despertar, diferente do habitual. Mas, não quero ouvi-las, senti-las não estou preparada, nunca estudei música e jamais me atreveria a esse compromisso, com a beleza dos ecos. Quero apenas aceitar que estou aqui, para participar na audição dessas músicas suaves que só tu consegues criar e honrar apaixonadamente. Desde que não desistas e continues a tocar nesse piano, eu continuarei a ouvir-te e a criar letras para as tuas músicas. Mas secretamente, tu não gostas de exposições, de vaidades e de idolatrações. Mas, anda ver a Vida lá fora, vem comigo e afasta-te desse olhar do compromisso, com a maestrina,porque essa…sou eu.Quero dirigir a tua orquestra…não quero que toques sozinho eternamente. Nem podes ser o teu maestro...não isso não. Vais desistir,vais te perder. Tu apenas tens de ser empenhado, correto e apaixonado pelas notas e pela essência do Mundo pautado à tua maneira. Deixa que tudo aconteça só tens de dizer sim. A música começa em mim e acaba em ti,recomeçando e desvanecendo-se  em  movimentos e  ecos. Subentendendo-se para além de nós e retratando-se no horizonte. Aprende comigo…fecha os olhos, deixa-te embalar e voa nas asas confortáveis da emoção… e respira…deixa-te envolver pelo eco do meu embaraço... Desprovido de fugas e escapes.
És o meu eco, e eu a tua sombra, que te imagina e escuta cada dia mais...sabes, que prefiro as palavras aos ecos, mas finges nem entender...dias existem em que prefiro o silencio, mas nem reparas e eu entendo-te sempre, anestesiada pelo eco perdido no teu infinito.
Continuo disponível á tua música, às notas soltas e vadias até...se algum dia não o estiver, perdoa-me...talvez tenha sido o mar que ao envolver os rios se tenha esquecido do teu eco matreiro, só, e retraído ao progresso de nós... e o tenha integrado no meu poema…aninhado em mim, no mimo do meu abraço.


terça-feira, 3 de abril de 2012

A minha Máscara


Hoje estou triste cansada e desmotivada
Sim estou triste sinto-me sem rumo e sem força
Sem vontade de fazer nada... e agora?
Sei que há dias assim... mas e depois?
Detesto sentir que estou perto mas no fundo tão longe...
E agora esperar para quê se sinto que aquele dia jamais irá chegar...Enfim
Peço desculpa aos meus sonhos aos meus objectivos... mas estou triste
Triste porque já não ouço aquela músca que me mostra a verdade e o sentido dos "ais"
Ficar triste...doi muito... mais do que sentir-te perto e descobrir que estás longe
Estar triste é esquecer tudo o que me faz recordar-te e deixar de sorrir por tudo e nada
Sentir esta tristeza impede-me de continuar a reconhecer alegria nas palavras e nas letras
Estar alegre é descobrir com o olhar o caminho da felicidade e eu...hoje estou triste
Hoje senti o Sol a chorar e o vento a sofrer... a chuva essa...envergonhou-se de mim
Mas minha tristeza é pura e não consigo lutar para a espulsar dos meus rasgos de emoção
De tão pura e autêntica é perfeita e imperceptivel aos teus olhos... cegos de loucura
Desculpa a minha tristeza usa máscara... e a minha máscara... tem medo de ser infeliz

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Eu e as minhas Mãos



As minhas mãos de mulher... ora trémulas ora seguras e cofiantes
Com as minhas mãos construi o meu Mundo o meu poema
Mãos que controlam frases…. Textos difíceis imaginados em guerra e conflitos de Amor
Claro que preciso das minhas mãos para acalmar a força da terra do mar... e das paixões
As minhas mãos procuram a serenidade dos afectos o toque da magia das estrelas
A fúria dos ventos apaixonados que constroem castelos…de cartas em desvario
Mãos que procuram na natureza a diversidade dos toques no relevo das espécies
Aceitando a ausência de olhares e da liberdade que vem de lá
As minhas mãos vindas de lá para cá… desordenadas rígidas...gélidas
Encontraram-se nas palavras perdidas…sozinhas…inconstantes e renasceram da terra
Terra húmida de onde brotam flores que se aninham nas gotas certinhas da chuva
Mãos que criam que amam que educam e mimam
Que transformam que sonham construir… a cidade dos sonhos onde tudo se faz perfeito
As minhas mãos lavram os campos onde quero plantar ideias que se dizem de ternura
Idealizando poder deslizar na lava de um vulcão imune à sua consistência
Mãos que travam a guerra e desenham a paz onde tudo se faz e desfaz num sopro
As minhas mãos transmitem sentimentos… calor frio e aromas do perfume das quatro estacões
Assim amanheço e durmo... ciente de que consigo fazer acontecer tudo aquilo que imaginar
Mãos que me revelam e que me protegem os segredo de um coração alegre e enamorado
As minhas mãos são assim… tudo nelas tem lugar…e com elas tudo pode acontecer num ápice
Tudo…menos abandoná-las ao sabor do abandono… da estagnação
Do silêncio e da ausência de quem sou... porque Eu preciso das minhas mãos
A transbordar de atitudes de gestos de ideais e de estrelas!